terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Fuga...
Estar sozinha nestas ruas, por vezes sabe mesmo muito bem! Dá tempo para pensar sem pressões, absorver os passos das outras pessoas, olhar para as montras e descobrir sempre coisas realmente originais, tirar milhares de fotografias com os olhos, receber sorrisos e principalmente quebrar esta rotina terrível em que somos obrigados a viver.
Percorria eu a baixa do chiado, sentia os cheiros, alguns provenientes dos restaurantes e pastelarias que me despertavam o bichinho da fome, outros menos agradáveis próprios de algumas ruas, outros leves e harmoniosos provenientes do perfume de alguém. Ouvi também fado, quando passei pela discoteca da Amália, olhei para o Castelo lá em cima e pensei que Lisboa vale realmente a pena. Sentimos muitas vezes vontade de sair daqui, é humano, só queremos descobrir e conhecer aquilo que desconhecemos. Mas o lugar onde estamos também pode ser redescoberto, basta termos olhos para isso.
Tenho sentido muita vontade de sair daqui,como todos nós sentimos por vezes, não por estar farta dos lugares, mas das memórias que esses lugares me recordam. Afinal é verdade, o longe fascina porque sentimos muitas vezes a necessidade de fugir, não dos lugares, mas de nós próprios. Necessidade de ganharmos novas memórias e registos que por minutos apaguem os que já existem e andam por aqui. E faz bem ao espírito! Há muitas coisas com as quais ainda não sei lidar, tantas questões que não têm resposta. Tantos medos que quero ultrapassar e defesas que quero deixar para trás. Tudo tem um tempo. Mas afinal tudo tem um tempo ou o tempo somos nós? São coisas que me vão na cabeça...
" O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão. O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção. Se abandonarmos as horas, não nos sentimos sós. Meu amor, o tempo somos nós... "
Foto: Minha
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