quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ao encontrar-me ...

Ao encontrar-me comigo às vezes penso …
Que penso demais …
Em ti…
Naquilo que vivemos…
Ou será…
Que a minha imaginação…
Criou e ouviu palavras soltas, que estavam perdidas por aí …
Palavras que voam facilmente …
Aquelas que só têm significado para quem as agarra e acredita no seu valor …
Os teus olhos falaram comigo? Ou fui eu, que hipnotizada pelo seu brilho, os questionei?
Ouvi realmente a música produzida pelos teus gemidos enquanto me olhavas profundamente?
Ou era eu quem te olhava profundamente enquanto gemias , naqueles momentos em que o prazer físico alimentava duas almas carentes e confusas …?
É tão fácil enganar a alma, mas só por breves momentos … Depois ela exige-nos sempre mais do que conseguimos dar…
Conseguimos ou queremos dar?
Aquela música. As horas que gastámos a ouvi-la …
Aquela que me mostraste … Decifrei a letra … Era eu a quem aquelas palavras chamavam…
Era eu ou eras tu?
O mistério que te envolvia prendeu-me. Eu sei. Sempre me agarraram os lados escuros …
Talvez porque neles existe o socorro, a ajuda para nos conseguirmos ver, tal como somos outra vez…
Delirava com a ideia de poder conhecer um bocadinho mais desse teu lado mais obscuro, aquele que todos nós temos …
Mas o teu! O teu era diferente … E o diferente seduz …
Não o querias mostrar e por isso escondeste-te…
Ou tiveste medo de o mostrar e por isso utilizaste o recurso da fuga como escapatória?
Despi a alma e o corpo e deitei-me na tua cama … Ou terei eu despido apenas o corpo para os teus olhos?
Deitei-me na tua cama, sem qualquer pudor, instintivamente, como se sempre o tivesse feito…
Assustei-me …
Assustamo-nos sempre com o que nos surpreende e nos prende …
Pois aquilo que nos prende parece roubar-nos a Liberdade…
Quis fugir …
E fugi …
Para me encontrar ou então me perder sem ter consciência … Agarrada a palavras, que mais tarde descobri que tinham prazo de validade …
A ideia já sentida de me apaixonar por ti, que sempre tiveste tão perto e tão distante …
Deu novamente asas há minha inquietude, quase que genuína …
Paixão?
Palavras que nunca te disse! Porque foram sentidas antes de se conseguirem pronunciar …
A adrenalina fala sempre mais alto quando sabemos que podemos perder a qualquer instante…
Queria o garantido que me prometiam as tuas palavras e o inseguro que representavas ser para mim…
Tinhas o hábito irritante de dizer que eu tentava aparentar ser mais segura do que na realidade o sou …
Fdx… Como é que não me conhecendo tão bem, como julgavas, tinhas a capacidade de acertar?
Existiram palavras que bateram á porta. Sim existiram… Mas nunca conseguiram sair …
O que vivemos e a nossa experiência molda-nos e aumenta tudo o que envolve a palavra insegurança …
O que é que vives-te?
O que é que disseste?
O que é que sentiste?
Afecto é um mal que nos falta a todos…
E o lado bom e o mau quando resolvem lutar por ele, alimentam uma guerra de facto interessante…
Volto há questão do fascínio que a inconstância provoca em mim…
Como me detesto, quando consigo sorrir verdadeiramente, daquilo que me faz mal e alimenta o caos em mim…
Caos … Dizes tu …
Que palavra bonita…
Eras mesmo tu?
Ou foste apenas produto da minha imaginação fértil?
É agora…
Que ao encontrar-me comigo, volto a perder-me e penso…
E penso que penso demais…

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Coisas Selvagens...

Ontem foi dia de cinema! O filme já aqui estava no sitio onde as coisas acontecem a algum tempo, quando finalmente saiu cá para fora, tive de o absorver.
A expectativa era aquela mesma, nem mais nem menos, um filme que revela que todos nós temos o nosso sitio onde coisas selvagens acontecem, bem dentro de nós. Onde o conflito se mistura com a falta de controle, onde o caos se instala por vezes e de onde só conseguimos sair aprendendo e olhando ao nosso redor.
A explosão foi inevitável e a mistura de ingredientes verdadeiramente sentidos também... Por breves momentos voltei a ser bem pequenina e a desejar um colo familiar de onde por vezes nunca queremos sair.



p.s: Banda sonora fantástica