sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ai ai o Natal!

Mais um Natal que já lá vai! Depois de muitas filhoses, rabanadas, sonhos e muitos filmes pipoca que a T.V se lembra de nos oferecer todos os anos, esta época chega ao fim. Sim, gostei muito e fico muito feliz por passar o Natal com aqueles que me são mais queridos e agradeço a todos os que se lembram de mim todos os dias e não só no Natal, sim agradeço, como todos nós agradecemos, agora que respiro de alivio por pelo menos o dia 24 e 25 já constarem lá atrás no passado, respiro... Caramba, que já não podia com este espírito terrível do Natal, centros comerciais cheios, pessoas desesperadas porque os cartões do multibanco não funcionavam, filas e mais filas, pessoas a cantarem as tipicas músicas de natal mas com uma voz estranha e nervosa, a tipica voz de quem está por um fio e prestes a perder a paciência. DEUS!!! Onde está a crise e o bom senso?
Finalmente, acabou esta festa reduzida, sim muito reduzida, porque se pensarmos bem, o numero de pessoas que pode entrar na festa é bastante inferior ao número de pessoas que infelizmente tem que ficar á porta.
Apetece ter poderes especiais e alterar isto tudo. O Natal longinquo daqueles que estão longe e até mesmo alguns Natais daqueles que estão próximos de mim. Para melhor, muito melhor...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Eternamente



E escrevi o teu nome e o teu número de telefone numa página da agenda do mês de Fevereiro. E, ao escrevê-lo, sabia que era uma despedida, mas todo o mês de Março nos arrastámos na despedida, como caranguejos na maré vazia. Sem ti, lancei outras raízes, construí pátios e terraços, fontes cujo som deveria apagar todos os silêncios, plantei um pomar com cheiro a damasco, mandei fazer um banco de cal à roda de uma árvore para olhar as estrelas do céu, um caminho no meio do olival por onde o luar pousaria à noite, abóbodas de tijolo imaginadas pelo mais sábio dos arquitectos e até teias de aranha suspensas no tecto, como se vigiassem a passagem do tempo. Nada disso tu viste, nada te contei, nada é teu. Sozinhos, eu e a aranha pendurada na sua teia, comtemplámo-nos longamente, como quem se descobre, como quem se recolhe, como quem se esconde. Foi assim que vi desfilar os anos, as paredes escurecendo, um pó de tijolo pousando entre as páginas dos mesmos livros que fui lendo, repetidamente. Heathcliff e Catarina Linton destroçados outra vez pela minúcia do tempo.
Como explicar-te como tudo isto se te tornou alheio, como tudo te pareceria agora estranho, como nada do que foi teu vigia o teu hipotético regresso? Ulisses não voltará a Ítaca e Penélope alguma desfará de noite a teia que te teceste.
E arranquei a página da agenda com o teu nome e o teu número de telefone. Veio a seguir Abril e depois o Verão. Vi nascer a flor da tremocilha e das buganvílias adormecidas, vi rebentar o azul dos jacarandás em Junho, vi noites de lua cheia em que todos os animais nocturnos se chamavam rãs, corujas e grilos, e um espesso calor sobre a devassidão da cidade. E já nada disto, juro, era teu.
E foi assim que descobri que todas as coisas continuam para sempre, como um rio que corre ininterruptamente para o mar, por mais que façam para o deter.
Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo. E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu pra sempre.

Miguel Sousa Tavares

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Salvem os ricos

Aqui vai o espirito do Natal... Fantástico

No Bairro Amor



No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.

No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.

Jorge Palma

Little Drummer Boy



Pa rum pum pum pum

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Caminhos...




São pequenos fragmentos de mim que estão distribuídos pelos outros. Por aqueles que realmente contam. Pequenos grandes fragmentos! Sim é isso! Estão espalhados por aí, por pessoas, por ruas, por bancos do jardim, por estações do comboio, pelo chão e pedras da calçada.
Muito de mim foi dado a alguns, a outros pouco consegui dar! Ganhei muito de alguns, de outros apenas pequenos fragmentos, apenas porque era o que conseguiam dar.
Passamos tantas horas a partilhar aquilo que somos, mostramos tanto e poucos são os que conseguem entender a grandiosidade daquilo que somos, apenas porque não conseguem ver, ou apenas porque não querem ver.
A viagem não acaba, passamos uma vida a descobrir os nossos vários eus, a tentar decifrar muitos caminhos e encruzilhadas que temos cá dentro, e cada dia é uma nova descoberta. Se eu enquanto eu não termino esta viagem, ninguém pode terminar por mim. Ninguém pode afirmar com toda a certeza a forma do meu ser, sem antes ter conhecido estes meus caminhos, as estradas que escolhi, as folhas que guardei, as pedras que atirei, as portas que abri e os muros que construí.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Nothingman



Once divided...nothing left to subtract...
Some words when spoken...cant be taken back...
Walks on his own...with thoughts he cant help thinking...
Futures above...but in the past hes slow and sinking...
Caught a bolt a lightnin...cursed the day he let it go...

Nothingman... (2x)
Isnt it something?
Nothingman...

She once believed...in every story he had to tell...
One day she stiffened...took the other side...
Empty stares...from each corner of a shared prison cell...
One just escapes...ones left inside the well...
And he who forgets...will be destined to remember...oh...oh...oh...

Nothingman... (2x)
Isnt it something?
Nothingman...

Oh, she dont want him...
Oh, she wont feed him...after hes flown away...
Oh, into the sun...ah, into the sun...

Burn...burn...
Nothingman... (2x)
Isnt it something?
Nothingman...
Nothingman... (2x)
Coulda been something...
Nothingman...
Oh...ohh...ohh...

"All Those Yesterdays"

Don't you think you oughtta rest?
Don't you think you oughtta lay you head down?
Don't you think you want to sleep?
Don't you think you oughtta lay your head down tonight?

Don't you think you've done enough?
Oh, don't you think you've got enough, well maybe..
You don't think there's time to stop
There's time enough for you to lay your head down, tonight, tonight

Let it wash away
All those yesterdays

What are you running from?
Taking pills to get along
Creating walls to call your own
So no one catches you? drifting off and
Doing all the things that we all do

Let them wash away
All those yesterdays
All those yesterdays
All those paper plates

You've got time, you've got time to escape
There's still time, it's no crime to escape
It's no crime to escape, it's no crime to escape
There's still time, so escape
It's no crime, crime..

sábado, 6 de dezembro de 2008

Tempos




Ás vezes a fraqueza denuncia-nos! Passamos horas e dias a tentar varrer da memória certas teias que lá estavam, que se acumularam num cantinho. E quando achamos que essas teias já não estão lá e que as que estão não fazem grande espécie, uma questão de segundos, entorna-nos as teias que estavam na vassoura ,por todo o chão, desta grande casa que é a memória.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tolstoi




"Não alcançamos a liberdade procurando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência."





"O amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só."

terça-feira, 2 de dezembro de 2008