he's been taken... where, i don't know? off he goes with his perfectly unkept hope and there he goes... and now i rub my eyes, for he has returned seems my preconceptions are what should have been burned for he still smiles... and he's still strong…
Ontem foi o dia do Teatro, distribuíam-se entradas gratuitas, como quem diz! Para peças também era o que diziam. Acabei por não conseguir nenhuma dessas entradas, mas a noite que aconteceu, merecia de facto um Guião para qualquer coisa. Nada acontece por acaso, foi o que me deu a entender esta noite, ou então são mesmo meros acasos e vidas que se unem e se separam constantemente e que simplesmente gostam de se cruzar. A noite incluiu um cardápio muito forte e condimentado: Partilha com alguém que se ama do fundo do coração há quase dez anos, sinais escritos em paredes clandestinas, descoberta de alguém muito mais perdido que nós, olhares que assustam, encontros imediatos com alguém que fez e fará sempre parte, tristeza por ter consciência da distância que agora existe, existe uma semelhança aquilo que um dia alguém foi. Choque. Quebra de tenção, é difícil voltar a ver alguém que já não se vê há tanto tempo e que foi tanto. Encontros, com o conforto em algumas ruas, palavras soltas pelas escadas. Felicidade por naquele momento te ter ao meu lado, companheira, amiga e telepatia em pessoa.
Esta curta-metragem está de facto qualquer coisa. E quando proferimos estas palavras normalmente é porque nos identificamos ou compreendemos perfeitamente a sua história, provavelmente porque a remetemos também para as nossas próprias histórias. Os diálogos são-me completamente perceptíveis, acho mesmo que algumas palavras já muitos de nós as disse-mos, o momento é grandioso, como adoro cigarros partilhados assim. E a história apesar de curta não é menos intensa. Às vezes as histórias deveriam mesmo acabar assim. Só a parte mágica é que ficava gravada nesta memória, porque essa era a história.
Primeiro a serra semeada terra a terra Nas vertentes da promessa Nas vertentes da promessa Depois o verde que se ganha ou que se perde Quando a chuva cai depressa Quando a chuva cai depressa
E nasce o fruto quantas vezes diminuto Como as uvas da alegria Como as uvas da alegria E na vindima vão as cestas até cima Com o pão de cada dia Com o pão de cada dia
Suor do rosto pra pisar e ver o mosto Nos lagares do bom caminho Nos lagares do bom caminho Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado Generoso como o vinho Generoso como o vinho
E pelo rio vai dourado o nosso brio Nos rabelos duma vida Nos rabelos duma vida E para o mundo vão garrafas cá do fundo De uma gente envaidecida De uma gente envaidecida
Vinho do Porto Vinho de Portugal E vai à nossa À nossa beira mar À beira Porto À vinho Porto mar Há-de haver Porto Para o nosso mar
Vinho do Porto Vinho de Portugal E vai à nossa À nossa beira mar À beira Porto À vinho Porto mar Há-de haver Porto Para o desconforto Para o que anda torto Neste navegar
Por isso há festa não há gente como esta Quando a vida nos empresta uns foguetes de ilusão Vem a fanfarra e os míudos, a algazarra Vai-se o povo que se agarra pra passar a procissão E são atletas, corredores de bicicletas E palavras indiscretas na boca de algum rapaz E as barracas mais os cortes nas casacas Os conjuntos, as ressacas e outro brinde que se faz
Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice Alicerce da amizade em Portugal É o conforto de um amor tomado aos tragos Que trazemos por vontade em Portugal
Se nós quisermos entornar a pequenez Se nós soubermos ser amigos desta vez Não há champanhe que nos ganhe Nem ninguém que nos apanhe Porque o vinho é português
Se de facto eu pudesse escolher uma profissão, seria a de viajante, aquele que viaja pelo simples prazer da descoberta, da mudança, da interacção humana com gente diferente e ao mesmo tempo tão igual. Descobrem-se novos refúgios, partilham-se novas experiencias e acima de tudo alimentam-se ligações e ganham-se novas bolsas de ar aqui para o espírito. As fotografias são tiradas ao segundo, não só pelo movimento do dedo ao carregar no botão, mas pelos olhos que tanto comem.
E na leveza do fundo, onde os sonhos se cumprem, Juntando-se as vontades para realizar um desejo. O teu olhar e o meu olhar, como um eco repetindo, sem palavras, Mais para dentro, mais para dentro, Para lá de tudo, para lá do sangue e dos ossos.
Mas desperto sempre e sempre quero estar morto, para manter a minha boca, enredada nos teus cabelos.
Momento alto do dia de hoje: A coisa é uma música linda, triste mas fantástica, daquelas que acalma uma viagem rotineira de comboio, viagem que se repete praticamente todos os dias, ela sou eu, que vou ali sentada naqueles bancos, onde já se sentarem milhares de pessoas… Curioso é a precisão da música ao passar por aquela estação… Confesso que me arrepiei...